A Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), deflagrou nesta sexta-feira (31/1) a segunda fase da Operação Pronto Agendamento, com o objetivo de combater fraudes no sistema de marcação de atendimentos nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). A ação busca identificar e punir os responsáveis pelo comércio ilegal de vagas, que deveriam ser gratuitas e destinadas à população em situação de vulnerabilidade social.
Investigações e prisões
As investigações avançaram significativamente após a prisão em flagrante, no dia 20 de dezembro de 2024, de uma mulher de 21 anos, que confessou operar o esquema por aproximadamente oito meses. Segundo a polícia, ela cobrava valores entre R$ 15 e R$ 25 para realizar os agendamentos ilegais.
Nesta sexta-feira, a PCDF cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência de uma segunda suspeita, de 26 anos, identificada como possível integrante do esquema. Os investigadores analisam seu grau de participação e se ela teria acesso a senhas de funcionários, repassando-as para grupos na internet e cobrando valores expressivos para garantir um lugar na fila de atendimento.
Caso as provas confirmem sua participação, a suspeita poderá ser indiciada pelos crimes de:
- Corrupção passiva
- Estelionato mediante fraude eletrônica
- Falsidade ideológica
- Divulgação de segredo
As penas somadas podem chegar a 29 anos de reclusão.
Agendamentos São Gratuitos e Denúncias Podem Ser Feitas
A Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) reforça que os agendamentos para os CRAS são totalmente gratuitos e devem ser feitos pelo site oficial (sedes.df.gov.br) ou pela Central 156, priorizando famílias em maior vulnerabilidade social.
A PCDF alerta que o pagamento por serviços públicos gratuitos pode configurar crime, levando à responsabilização penal dos envolvidos. A população pode denunciar irregularidades por meio dos seguintes canais:
- Ouvidoria Sedes: ligando para 162
- Portal ParticipaDF: participa.df.gov.br
- Polícia Civil (197): denúncias anônimas, com sigilo absoluto
A operação segue em andamento para identificar outros possíveis envolvidos e garantir que o sistema de assistência social cumpra seu papel de forma justa e acessível a todos.