Ontem, o presidente da Rússia, Vladmir Putin, anunciou em sua tradicional coletiva de imprensa de fim de ano, o crescimento do PIB em torno de 2 a 2,5% em 2025 e garantiu que a soberania do país é a força que move esse crescimento.
Putin afirmou que “em grande medida, a estabilidade econômica da Rússia é o resultado do fortalecimento da soberania, inclusive projetada na economia”. E ainda acrescentou: “A soberania vem em diferentes formas, incluindo defesa tecnológica, científica, educacional e cultural. Isso é especialmente importante para o nosso país, porque quando perdemos nossa soberania, perdemos a condição de Estado. Isso é o mais importante”.
O analista financeiro Paul Goncharoff, diretor geral da empresa de consultoria Goncharoff LLC, atribui a força da Rússia à necessidade de suportar as “sanções aos esteroides” que teve início em 2014 e gradualmente se agravou, a ponto de a Rússia ser o país mais sancionado da história.
“A Rússia conseguiu superar a pressão das sanções por meio de pequenos passos, começando com investimentos oportunos em autossuficiência agrícola para reduzir a dependência das importações, bem como estimulando substituições essenciais de importações de máquinas e itens tecnológicos”, conclui, Goncharoff.
Em suma, o país conseguiu mesmo em meio à guerra contra a Ucrânia, substituir os bens e serviços essenciais oriundos do exterior pela fabricação própria ou advindos dos novos parceiros comerciais fora do bloco ocidental. Além disso, redirecionou sua distribuição de petróleo e gás para o Sul e para o Leste Global.
A necessidade de deixar o ocidente em busca de novas oportunidades, foi uma “benção” para a Rússia, que foi forçada a buscar alternativas econômicas sustentáveis e ampliar sua participação no BRICS, onde abriu-se nova fronteira comercial.
A sua “expulsão” do sistema bancário SWIFT em 2022, que parecia ser uma punição, pela perda de receitas com o ocidente, tornou-se favorável, aumentando em bilhões de dólares as receitas com os novos parceiros da Ásia Central, Sudeste Asiático, Índia e países do Mercosul.
Desta forma, a soberania de um país alcançada pela autossuficiência econômica e tecnológica é a sua maior força. Vale ressaltar a necessidade de fortalecimento da Ciência, Tecnologia e Inovações para que haja perspectivas melhores para o futuro de cada nação.
Crises acontecem, mas sair delas não é para qualquer um.