A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) recebeu outras denúncias contra o cirurgião-dentista Danilo Sérgio Carvalho Sousa, de 50 anos, que teria abusado sexualmente de pacientes e funcionárias. Ele atendia em uma clínica no Conjunto Nacional, zona central de Brasília.
Entre elas, uma ex-funcionária e uma ex-cliente que teria sido abusada quando ainda era adolescente.
O dentista segue preso desde a última segunda-feira (24). O caso está sendo investigado pela 5ª DP. Tanto a clínica como a residência, localizada na 411/N, foram alvos de busca e apreensão.
De acordo com a PCDF, as investigações tiveram início em outubro de 2024, a partir do registro de ocorrência de uma vítima, paciente do investigado, que relatou assédio sexual ocorrido durante atendimento odontológico.
Ainda segundo a PCDF, os depoimentos das vítimas revelaram um padrão reiterado de condutas criminosas, evidenciando um histórico de abusos sexuais praticados pelo dentista ao longo de vários anos.
Danilo possui antecedentes criminais por estupro, assédio sexual e violência doméstica, com registros em anos anteriores.
“O modus operandi inclui abordagens forçadas, tentativas de contato físico sem consentimento e intimidação das vítimas para evitar denúncias. Durante as investigações, foi constatado que ele costumava atender algumas pacientes de porta fechada, sem assistência de funcionários, criando um ambiente propício para suas investidas criminosas”, relata nota da PCDF.
A PCDF pede que a população ajude nesse caso com denúncias de possíveis novos crimes cometidos pelo investigado ou se tenha sido vítima, entre em contato pelo telefone 197 ou dirija-se à 5ª DP, onde o sigilo das informações será garantido.
Casos de abusos
Paciente 1 – O abuso disfarçado de tratamento:
Uma jovem relatou que, ao final de uma consulta, foi surpreendida pelo dentista, que deu dois tapas em sua região íntima sem consentimento. Meses depois, o agressor segurou seu rosto à força, pressionou seu corpo contra o dela e tentou beijá-la no consultório. A vítima conseguiu escapar, mas ficou em estado de choque.
Funcionária 1 – A armadilha após o expediente:
Uma ex-funcionária narrou que o investigado a forçou a ficar na clínica após o expediente. Quando ficaram sozinhos, ele bloqueou sua saída, agarrou-a pelo pescoço e tentou beijá-la à força, descendo as mãos pelo corpo da vítima. Após a tentativa frustrada de abuso, o suspeito ainda tentou silenciá-la, oferecendo dinheiro.
Funcionária 2 – Anos de terror diário:
Outra funcionária relatou que conviveu com os abusos do dentista por anos. Ela descreveu um ambiente de medo e assédio constante, com toques inapropriados, investidas agressivas e um padrão de comportamento em que o agressor esperava estar sozinho para atacá-la. Só parou de tentar beijá-la à força quando ela passou a gritar sempre que ele tentava tocá-la.
Paciente 2 – O abuso dentro do consultório:
Uma paciente revelou que, durante uma consulta, o dentista trancou a porta e passou a elogiá-la de maneira exagerada. No final do atendimento, sem aviso, deu um tapa forte em sua região íntima, deixando-a tão atordoada que não conseguiu reagir. Foi somente ao contar para a mãe que ela percebeu a gravidade da situação.