Com a volta de Donald Trump ao poder, o mercado industrial de Taiwan sofre com a preocupação do novo presidente reverter os benefícios oferecidos pela Lei CHIPS de Biden que levou a gigante Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) para produzir chips no estado do Arizona com previsão de início das operações já em 2025.
Em campanha, Trump, já deixou explícito que deve renegociar os termos do contrato e poderá impor tarifas aos fabricantes de Chips estrangeiros, visando a proteção do mercado americano. Mas, especialistas dizem que a verdadeira intenção pode ser aumentar a comercialização dos artefatos de segurança com Taiwan e atrair mais investimentos para os EUA.
A volta do transacionalismo de Trump – neste caso, demandas de pagamentos robustos em contrapartida da manutenção dos compromissos de defesa dos EUA, tem como pano de fundo, a “perda” de empregos americanos e, como uma forma de compensação, Taiwan deve aumentar de 2,5% para 10% os gastos com equipamentos de segurança.
No primeiro mandato de Trump, a ilha já tinha aumentando de US$ 14 bilhões para US$ 18 bilhões os gastos com equipamentos de proteção e segurança. Com Biden, esse cenário havia amenizado, isto porque os EUA cederam, segundo estimativas, US$ 900 milhões em ajuda militar para o país.
O ministro de Relações Exteriores, Lin Chia-Iung, fez discurso afável e elogioso ao relacionamento industrial que, segundo o diplomata, está intimamente ligado à prosperidade dessas nações.
O presidente do país, Lai Ching-te, por sua vez, está favorável em manter os laços de segurança com os EUA, alinhados com as expectativas de Trump. Entretanto, o país terá dificuldade em aumentar substancialmente os gastos militares, por duas razões: O aumento continuo de gastos militares que dobrou na última década e a oposição dos partidos, Kuomintang e o Partido do Povo, que formam maioria.
O que ameniza essas expectativas é o fato de os EUA agirem para combater as táticas de intimidação e coerção da China com Taiwan. Enfraquecer seu parceiro estratégico asiático, pode não ser um bom negócio. É esperar para ver.