Novo ataque ao Fundo Constitucional do DF mostra que Palácio do Planalto não ouve PT local

Há: 5 meses atrás

Ibaneis Rocha se reúne com Arthur Lira e bancada federal brasiliense para discutir a defesa do FCDF
Ibaneis Rocha se reúne com Arthur Lira e bancada federal brasiliense para discutir a defesa do FCDF (Renato Alves/Agência Brasília)

Os petistas do Distrito Federal estão caminhando ao lado do governador Ibaneis Rocha (MDB) quando o assunto é defender o Fundo Constitucional do DF (FCDF) das garras do governo federal, já que sozinhos, não dão conta. Se os caciques locais do PT tivessem alguma interlocução no Palácio do Planalto, a capital federal não estaria ameaçada, pela segunda vez, de sofrer cortes nos repasses.

A primeira tentativa de impor um teto aos recursos repassados pela União ao DF para o custeio de toda a segurança pública e parte da educação e da saúde foi barrada no ano passado. O projeto que criou o Arcabouço Fiscal tinha um artigo que limitava o crescimento dos repasses.

Graças a uma mobilização suprapartidária em defesa do DF, esse trecho do projeto foi retirado do texto final. agora, o desafio é parecido.

Na Proposta de Emenda à Constituição que corta gastos do governo federal para equilibrar as contas públicas, a equipe econômica tenta mudar o cálculo de reajuste do FCDF.

Sai a Receita Corrente Líquida e entra a inflação pelo IPCA. O prejuízo, pelos cálculos da Secretaria de Fazenda do DF, pode alcançar os R$ 12 bilhões nos próximos 12 anos.

Ibaneis se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), levando a vice-governadora, Celina Leão (PP), e a bancada federal do DF, para pedir apoio à manutenção do FCDF como está. Lira e Celina são do mesmo partido e o presidente da Câmara não quer atrapalhar o projeto da colega de ser a primeira governadora eleita do Distrito Federal.

Estrategicamente, o governador deixou a interlocução do grupo com o governo federal nas mãos da deputada Erika Kokay (PT), única petista eleita pelo DF. Ibaneis está otimista. Mas caso o DF seja derrotado desta vez, ele quer atribuir a derrota ao PT.

As eleições de 2026 já começaram. E sem interlocução no Planalto, mais uma vez o PT-DF deve ser obrigado a apoiar um candidato de outro partido, como em 2022.

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