As caixas-pretas do avião Embraer 190, que caiu, no Natal (25), na cidade de Aktau, no Cazaquistão, já estão sendo analisadas pelos profissionais do Centro de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Aeronáutica do Brasil, em Brasília (DF).
Os trabalhos são realizados no laboratório de leitura e análise de dados de gravadores de voo do Cenipa.
A Aeronáutica informou, em nota à imprensa, que a “extração, aquisição e validação dos dados contidos nos gravadores de voo ocorrerão no menor prazo possível”.
Trabalho conjunto
De acordo com a FAB, os trabalhos serão acompanhados por três investigadores do Cazaquistão, além de técnicos convidados por aquele país, três do Azerbaijão e três da Rússia.
A FAB ressalta que as conclusões no relatório final dessa investigação aeronáutica são “de exclusiva responsabilidade da Autoridade de Investigação do Cazaquistão”. Por isso, o trabalho é realizado em conjunto com a entidade que investiga acidentes naquele país, que é vinculada ao Ministério dos Transportes.
Nesta semana, também, o Cenipa defendeu que as ações de investigação pelo órgão brasileiro são referência internacional.
“O domínio de tecnologias de animação em realidade virtual em três dimensões (3D), com visualização completa do voo, permite aos investigadores compreender com maior acuracidade vários parâmetros como a trajetória da aeronave, velocidade, altitude, funcionamento de sistemas e da atuação dos comandos de voo”, explicou a Aeronáutica.
O acidente causou a morte de pelo menos 38 pessoas. Havia 67 a bordo, incluindo cinco tripulantes.
A aeronave decolou de Baku, no Azerbaijão, e tinha como destino a cidade de Grozny, na Rússia. De acordo com as agências internacionais, o avião acabou desviando da rota original até cair do lado oposto ao Mar Cáspio. Há suspeitas de que o jato foi atingido pelas defesas antiaéreas russas, que atacavam drones ucranianos. O presidente Vladimir Putin não assumiu o caso, porém enviou mensagens de condolências para os familiares das vítimas.