A entrevista às páginas amarelas da revista Veja concedida pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) chamou a atenção de quem acompanha os bastidores da política do DF.
O governador finalmente fez algumas críticas em público ao Supremo Tribunal Federal e ao ministro Alexandre de Moraes, sobre as condenações dos atos de 8 de janeiro de 2023.
Ibaneis acredita que penas de até 18 anos em algumas condenações são extremadas. Avalia que as pessoas que estavam lá foram insufladas pela extrema direita e não tinham a intenção de dar um golpe de estado.
A partir do momento que se descobriram reuniões feitas sobre o assunto, com a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e a prisão do general Braga Neto, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa que tentou a reeleição do ex-presidente, Ibaneis reconhece que fica mais claro o que aconteceu naquele período.
Mas o governador entende que é preciso separar quem estava na coordenação dessa articulação de uma tentativa de golpe daquelas pessoas que estavam protestando e acabaram participando dos atos de vandalismo na sede dos Três Poderes.
Ibaneis acredita numa reconciliação do STF com os políticos, mas não com o grupo de Bolsonaro. Essa aproximação se daria pela centro-direita.
E o candidato ideal para tentar vencer o PT em 2026 e evitar a reeleição do presidente Lula seria o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos, e já disse que não tem interesse em disputar a presidência da República, com o foco para outro mandato no comando do Estado de São Paulo.
Distrito Federal
Aqui em Brasília, o governador Ibaneis Rocha pretende articular uma ampla aliança contra a esquerda nas eleições ao Palácio do Buriti. O emedebista seria um dos candidatos ao Senado e, ao lado dele, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.
O governador está adotando hoje um certo distanciamento do presidente Lula não apenas por posicionamento político, mas por entender que o DF está sendo maltratado.
Disse que não vai mais ao Palácio do Planalto, não baixará a cabeça para conversar com o presidente Lula. Mas acredita em uma boa interlocução do DF com ministros do governo federal.
Ibaneis não esquece os dois ataques ao fundo constitucional do DF, com tentativas de impor um teto ao repasse e, depois, ao reajuste dos valores que vêm do governo federal para a manutenção da Segurança Pública do DF, mas também para ajudar os custos da saúde e da educação.
Para Ibaneis, o Palácio do Planalto tem trabalhado contra o DF. E, no discurso, o governador se posiciona fortemente de olho nas eleições de 2026. O ano de 2025 mal começou, mas as articulações já estão acontecendo.